Cila & Caríbds
Mitologia

Cila & Caríbds


۞ ADM Sleipnir


Cila e Caríbdis, na mitologia grega, são dois monstros imortais e irresistíveis que afligem as águas estreitas percorridas pelo herói Odisseu/Ulisses em sua jornada, descrita na Odisséia de Homero, Livro XII. Eles foram mais tarde identificados com o Estreito de Messina. 

Cila era uma criatura sobrenatural, com 12 pés e 6 cabeças de longos pescoços, cada cabeça tem uma fileira de afiados dentes triplos, enquanto que os seus lombos foram cingidos com as cabeças de cães latindo. Ela faz sons horríveis e devora qualquer marinheiro que se aproximar o suficiente para que ela coloque seus pescoços para fora e agarrá-los.

Glauco, Cila e a maldição de Circe

Segundo o poeta romano Ovídio, Glauco era um humano que as divindades aquáticas resolveram transformar em uma criatura do mar, com uma barba verde-acinzentada, largos ombros, braços azulados, pernas curvadas com nadadeiras na extremidade. Ele se apaixonou pela ninfa Cila   que apavorada com sua aparição, põe-se a fugir, pelas águas, pelas rochas, pelas cavernas submarinas. Mas o amor do pobre Glauco era imenso e, desesperado, e ele se lança em perseguição da bela ninfa, implorando, aos prantos, que lhe conceda um pouco de atenção. 

Impassível às suas súplicas, Cila continua sua fuga, escondendo-se num lugar tão inacessível que jamais Glauco conseguiria encontrá-la. Depois de inúteis buscas, Glauco é obrigado a reconhecer sua derrota. Apenas algum poder superior lhe facultaria conquistar o afeto da formosa ninfa. Abatido, torturado, Glauco dirige-se à ilha de Ea, onde morava Circe, a feiticeira, e roga-lhe que o ajude a conquistar sua amada. Circe promete atendê-lo, mas acaba enamorando-se pelo deus marinho. Como Glauco a rejeita, agora é Circe quem põe-se a percorrer os mares, sem descanso atrás de seu amado. Como encantos de mulher revelam-se insuficientes, ela recorre a seus poderes de feiticeira, e decide transformar Cila em uma criatura tão horrenda e repulsiva que todo o amor de Glauco haveria de transformar-se em aversão. Sem ser vista, Circe derrama veneno nas águas de uma fonte onde a ninfa costumava banhar-se e retorna para a ilha de Ea onde aguarda pelos resultados. Quando Cila  mergulha na água enfeitiçada seu belo corpo começa lentamente a transformar-se. Monstros horrendos surgem à sua volta, com ensurdecedor alarido. Aterrorizada, a ninfa procura afastá-los e fugir. Então descobre que os monstros são parte de si mesma, nascem de seu corpo. Desesperada corre ao encontro de Glauco e em seus braços chora longamente. Ele também lamenta a beleza perdida, mas recusa-se a permanecer com a antiga ninfa, pois o grande amor não existe mais.O aterrorizante monstro marinho em que Cila se transformou tinha o torso de uma bela mulher mas, em volta da cintura, possuía seis cabeças de serpente com três fileiras de dentes e um círculo de doze cães ladradores. Os cães a alertavam quando um navio estava passando, de forma que ela pudesse capturar os navegantes.


Cila retira-se para longe e vai viver no estreito de Messina, entre a Sicília e a Itália, aterrorizando os mortais que antes a cortejavam, deslumbrados com sua extraordinária beleza. Na ilha de Ea, Circe inutilmente espera o retorno de Glauco. Revoltado com sua traição e crueldade, Glauco jamais quis visitá-la, passando toda a existência cultivando a lembrança de uma ninfa bela e doce, que um dia se perdeu nos feitiços do ciúme.


Ela foi, por vezes, identificada com a Cila que traiu seu pai, o rei Niso de Megara, por amor de Minos, rei de Creta. 

Cila foi muitas vezes racionalizado na antiguidade como uma rocha ou recife. Ambos deram expressão poética para os perigos enfrentados marinheiros gregos, quando eles se aventuraram nas águas desconhecidas do Mediterrâneo ocidental pela 1ª vez. 



Caríbdis

Caríbdis era um monstro marinho protetor de limites territoriais no mar. Durante sua existência como ninfa, Caríbdis se caracterizava por uma voracidade extrema. Quando Héracles passou perto de Messina, levando os bois de Gerião, ela roubou alguns dos animais e devorou-os. Ao tentar investir contra o herói, que tentava recuperar seu gado, Caríbdis foi fulminada por Zeus com um raio, e lançada às profundezas do mar, onde se transformou em um monstro marinho. Homero a chamava de "a divina Caríbdis", usando o mesmo adjetivo aplicado à bela ninfa das cavernas, Calipso.Três vezes por dia, Caríbdis engolia das águas do mar e três vezes por dia tornava a cuspi-las. 



Dizia-se que, para evitar um foi ao encontro do outro. Se você evitou Caríbdis, o navio seria engolido pelo monstro marinho gigante Cila, e vice-versa. Quando Odisseu e sua tripulação chegaram finalmente  ao Estreito de Messina, ele não lhes contou o que iriam enfrentar, com medo de que todos eles fossem soltar os seus remos de medo. Tudo o que ele diz a eles é que devem remar tão duro quanto possível e de cabeça erguida para o continente, ou todos eles vão se afogar. Ao tentar fugir do redemoinho criado por Caríbdis, Cila ataca-os com a velocidade de uma cobra e pega seis homens do navio para devorar em sua caverna.
Mas seus homens cometeram o erro de comerem o gado sagrado de Hélios, o Deus Sol, filho de Zeus. Zeus ataca seus navios com relâmpagos e os destrói, espalhando pedaços dos navios por todo o lugar. Todos os homens se perderam e/ou se dispersaram. Odisseus sobe para uma das partes restantes do navio. Mas ele acaba sendo soprado para Caríbdis. Ele chegou muito perto de ser sugado para o redemoinho, mas Odisseu conseguiu, porém, agarrar-se à figueira que ficava em frente à gruta do monstro e depois agarrar-se a um mastro do navio naufragado, conseguindo escapar e prosseguir sua viagem.

Estar "entre Cila e Caríbdis" significa ficar preso entre duas alternativas igualmente desagradáveis.



fonte: http://greekchildren.blogspot.com.br




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