Forseti
Mitologia

Forseti


۞ ADM Sleipnir



Forseti (sig. "presidente") é o deus nórdico da justiça, do julgamento público, da mediação e da reconciliação. Ele é um membro dos Aesir, filho de Balder, o deus da luz e Nanna. Seu símbolo é um machado dourado e sua morada chama-se Glitnir ( significa "brilhante"), o Salão da Justiça. O salão possuía colunas feitas de ouro vermelho e um teto de prata, e irradiava uma luz tão forte que podia ser visto de longe. Povos de todos os tipos iam até Glitnir em busca de um julgamento justo de suas causas, e conta-se que ninguém saía de Glitnir insatisfeito com o julgamento de Forseti.

Embora Forseti fosse um dos doze deuses nórdicos principais, ele não é caracterizado significativamente em qualquer um dos mitos sobreviventes.  Ele não participa do Ragnarok, e portanto é um dos deuses sobreviventes do evento. Existem algumas evidências de que a figura de Forseti tenha se originado de Fosite, um deus frisiano que era adorado em Helgoland.

A história de Helgoland


Esta lenda frisia conta que no intuito de facilitar a administração da justiça em todo o seu território, os frísios convocaram doze dos seus homens mais sábios, os chamados Asegeir, para coletarem as leis das diversas famílias e tribos que compunham a nação frísia, e então compilassem a partir delas um código que seria a base de suas leis. Os anciãos, após coletarem todas as leis, tomaram uma pequena embarcação e partiram em busca de um lugar isolado onde eles pudessem conduzir suas deliberações em paz. Assim que eles se afastaram da costa, foram surpreendidos por uma tempestade que levou sua embarcação para o alto-mar. Em sua angústia, os doze juristas clamaram o nome de Fosite, implorando para que ele os ajudasse a encontrar terra firme novamente. Assim que sua súplica terminou, eles perceberam surpresos, que o navio continha um 13° passageiro.

O homem misterioso tomou o leme e, sem proferir palavra alguma, conduziu o barco em direção à uma ilha, onde acenou para que os 12 sábios desembarcassem. Em silêncio e apavorados, os doze homens obedeceram; e sua surpresa foi ainda maior quando viram o estranho arremessar seu machado dourado ao chão, fazendo surgir uma fonte de água. O homem bebeu da água e, imitando o estranho, todos beberam da mesma água sem pronunciar nenhuma palavra. Logo após, sentaram-se no chão formando um círculo, maravilhados, porque aquele homem se assemelhava a cada um deles, de alguma forma particular, mas ainda sim era muito diferente de qualquer um deles no aspecto geral e no semblante.


De repente, o silêncio foi quebrado, e o homem começou a falar com uma voz bem baixa, que gradualmente foi ficando mais firme e mais alta enquanto ele expunha um código de leis que combinava todos os pontos positivos dos vários regulamentos existentes coletados pelos Asegeir. Assim que seu discurso acabou, o homem misterioso desapareceu, tão de repente e misteriosamente como tinha aparecido, e os doze juristas, recuperando sua capacidade de falar, exclamaram que aquele era o próprio Fosite, e que tinha lhes entregado o código de leis pelos quais os frísios deveriam ser julgados. 

Em comemoração à aparição do deus, os Aesegir declararam que a ilha sobre a qual eles estavam era sagrada, e proferiram uma solene maldição sobre qualquer um que ousasse profanar sua santidade, seja com brigas ou derramamento de sangue. Assim, esta ilha, conhecida como a terra de Fosite ou Helgoland ("terra sagrada"), era muito respeitada por todas as nações do Norte, e até mesmo os vikings abstiveram-se de invadir suas margens, para que não naufragassem ou encontrassem uma morte vergonhosa como punição por seus crimes .

Assembleias gerais (Thing) passaram a ser realizadas sobre esta ilha. Antes de cada julgamento, os juristas sempre bebiam em silêncio a água da fonte, em memória e honra de Fosite. As águas dessa fonte eram consideradas tão sagradas que todos os que bebiam dela eram considerados sagrados, até mesmo o gado que provasse dela não poderia ser morto. Como Fosite era considerado um deus da luz, as assembleias eram realizadas na primavera, verão e outono, quando a luz do sol brilha claramente. No inverno, a escuridão impediria os juristas de enxergarem claramente e de dar vereditos justos.







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