Maças desempenham um papel importante em vários mitos gregos. Hera, rainha dos deuses, possuía algumas macieiras preciosas que ela recebeu como presente de casamento de Gaia, a Mãe Terra. Cuidadas pelas Hespérides, as Filhas da Noite, e guardadas por um dragão feroz chamado Ladon, essas árvores cresciam em um jardim em algum lugar distante ao oeste. Suas maçãs eram douradas, tinham gosto de mel, e tinha m poderes mágicos. Elas poderiam curar aqueles que as comessem, regenerando-se das mordidas conforme eram comidas, e se jogadas, elas sempre acertam o alvo e depois retornam para as mãos de quem as atirou.
Como décimo primeiro dos seus 12 grandes trabalhos, o herói Héracles teve de obter algumas dessas maçãs. Depois de uma longa e difícil viagem ao redor do mundo, Héracles conseguiu encontrar o local onde as macieiras se encontravam. Com a ajuda do titã Atlas, Héracles obteve as maçãs e as levou consigo para a Grécia.
Uma das maçãs de ouro roubada do jardim de Hera causou a Guerra de Tróia, um dos principais eventos da mitologia grega. Éris, a deusa da discórdia, estava com raiva de não serem incluídos entre os deuses pediu para participar de uma festa de casamento. Chegando sem ser convidada, ela jogou uma das maçãs, que tinha escrita em sua carne "Para a Mais Bela", sobre uma mesa na festa. Hera, Atena e Afrodite, cada uma assumido que a maçã era para ela, pediram a Páris, um príncipe de Tróia, para resolver a questão. Ele acabou concedendo a maçã para Afrodite e em vingança, Hera e Atena apoiaram os gregos na guerra que levou à queda de Tróia. Até hoje costuma-se usar a frase "maçã da discórdia" para se referir a algo que provoca uma discussão.
Na mitologia nórdica, maçãs são um símbolo de eterna juventude. Uma lenda diz que a deusa Idun guardava as maçãs douradas mágicas responsáveis por manter a juventude dos deuses. Após o deus trapaceiro Loki permitir que Idun fosse levada para o reino dos gigantes, os deuses começaram a envelhecer. No fim, eles descobriram que Loki era o responsável por tudo, e o forçaram a trazer Idun de volta, sob a pena de perder a vida. A mitologia celta também menciona as maçãs como frutos dos deuses e da imortalidade.
Hoje, a maçã é freqüentemente associada com o episódio da tentação descrito no Gênesis, o primeiro livro da Bíblia. Adão e Eva, os primeiros humanos, viviam em um jardim paradisíaco chamado Éden. Deus proibiu-lhes de comer o fruto de uma árvore conhecida como a árvore do conhecimento do bem e do mal, que ficava bem no centro do Éden. Após cederem à tentação e provarem do fruto, Deus os expulsou do jardim do Éden por terem quebrado o seu mandamento. Muitas pessoas imaginam o fruto proibido, como uma maçã porque tem sido retratado dessa forma por séculos em obras de arte européias. No entanto, a maçã era desconhecida no Oriente Médio quando a Bíblia foi escrita. A descrição bíblica da árvore no Jardim do Éden não nomeia uma fruta específica, e em algumas tradições, o fruto proibido foi imaginado como um figo, pêra, ou uma romã.
A fruta-pão é um alimento-base importante na Polinésia, e mitos sobre sua origem podem ser encontrados em várias de suas ilhas. Uma história contada no Hawaii ocorre durante um período de fome. Um homem chamado Ulu, que morreu de fome, foi sepultado ao lado de uma fonte.
Durante a noite, a família ouviu o farfalhar de flores e folhas se movendo pelo o chão. Em seguida, ouviram um som de frutos caindo no chão. Ao amanhecer, as pessoas acharam uma árvore de fruta-pão crescendo perto da fonte, e o fruto da árvore, a fruta-pão, salvou todos eles da fome.
Cerejas são um símbolo de fertilidade, folia, e festividade. No Japão, onde a flor de cerejeira é a flor nacional, as cerejas representam beleza, cortesia e modéstia. Os antigos chineses consideravam a fruta como um símbolo da imortalidade. Uma lenda chinesa conta sobre a deusa Xi Wang Mu, em cujo jardim as cerejas da imortalidade amadurecem a cada mil anos. Por acreditarem que a madeira de cerejeira afasta os maus espíritos, os chineses colocam ramos de cerejeira sobre suas portas no dia de Ano Novo e colocam também estátuas esculpidas em madeira de cerejeira para ficarem de guarda na frente de suas casas.
Povos em regiões tropicais consomem o leite e a carne do coco e usam o seus óleo e as conchas vazias para fins diversos. De acordo com uma lenda do Taiti, o primeiro coco surgiu da cabeça de uma enguia nomeada Tuna. Quando a deusa da lua Hina se apaixonou pela enguia, o irmão dela, Maui, matou a enguia e disse para Hina enterrar a cabeça da mesma. No entanto, Hina deixou a cabeça ao lado de um córrego e acabou se esquecendo de enterrá-la. Ao se lembrar das instruções de Maui, Hina voltou ao local para procurar a cabeça, mas acabou descobrindo que a mesma tinha crescido e se transformado em um coqueiro.
Nativa da região do Mediterrâneo, a figueira aparece em algumas imagens do Jardim do Éden. Depois de comer o fruto proibido, Adão e Eva cobriram sua nudez com folhas que normalmente se diz serem da figueira, e a tradição islâmica menciona duas árvores proibidas no Éden - uma figueira e uma oliveira. Nas mitologia grega e romana, figos são por vezes associados à Dionísio (Baco para os romanos), deus do vinho e da embriaguez, e com Príapo, um sátiro que simbolizava o desejo sexual.
A figueira tem um significado sagrado para os budistas. Segundo a lenda budista, o fundador da religião, Siddhartha Gautama, o Buda, atingiu a iluminação em um dia de 528 d.C. enquanto sentado debaixo de uma árvore bo, uma espécie de figueira. A árvore bo ou bodhi continua a ser um símbolo de iluminação.
Nas mitologias grega e romana, peras são sagradas para três deusas: Hera (Juno para os romanos), Afrodite (Vênus para os romanos), e Pomona, uma deusa romana dos jardins e colheitas.
Os antigos chineses acreditavam que a pera era um símbolo da imortalidade, talvez devido ao fato de que as pereiras vivem por um longo tempo. Em chinês, a palavra li significa tanto "pera" quanto "separação", e por esta razão, a tradição diz que, para evitar uma separação, amigos e amantes não devem dividir peras entre si.
Por milhares de anos, a romã, uma fruta vermelha suculenta com muitas sementes, tem sido uma fonte de alimentos e medicamentos à base de plantas no Oriente Médio e no Mediterrâneo oriental. Suas muitas sementes a tornaram um símbolo de fertilidade, pois uma só fruta poderia gerar muitas árvores mais. Para os romanos, a romã significava casamento, e noivas costumavam se cobrir com grinaldas enfeitadas com galhos de romã
Sementes de romã aparecem no mito grego da deusa da culturas e cereais Deméter, e sua filha Perséfone. Um dia Perséfone estava colhendo flores quando Hades, o deus do submundo, agarrou-a e levou-a para o seu reino sombrio para ser sua noiva. De luto, Demeter se recusou a permitir que as culturas crescerem. Toda a humanidade teria enfrentado a fome se Zeus não tivesse convencido Hades a liberar Perséfone. Hades deixou-a ir, mas primeiro ele a convenceu a comer algumas sementes de romã. Tendo uma vez consumido o alimento do submundo, Perséfone nunca mais estaria livre do mesmo. Ela estava fadada a passar parte do ano lá. Durante esse período, o mundo permanece mergulhado em esterilidade, mas quando Perséfone retorna à sua mãe, a terra volta a produzir flores, frutas e grãos.