Jorogumo
Mitologia

Jorogumo


Originaria da mitologia japonesa, Jorogumo é descrita como uma gigantesca youkai, possuindo cabeça de mulher e corpo de aranha. A Jorogumo possui as habilidades de uma aranha, mas também pode metamorfosear-se em uma bela jovem, as vezes num bebê, usando desta habilidade para atrair uma presa e encerra-la em suas teias. De acordo com a lenda só quando a Jorogumo completa 400 anos de existência que seus poderes começam a se manifestar.

As lendas que cercam Jorogumo, a tornam ?Dona? da cachoeira Joren, em Izu - shizuoka. Elas contam como um lenhador se salvou do ataque da criatura, que ao descansar nas margens da cachoeira, teve suas pernas envoltas de fios de teias, rapidamente cortando-as com seu machado, amarrando-as em um tronco solto logo após. Lentamente o tronco foi sendo puxado para dentro da cachoeira, surpreso, o lenhador fica ao escutar uma voz dizer;

?Esperto... inteligente?.

Outra lenda conta que se disfarça de uma bela jovem voluptuosa, Jorogumo, atrai suas vitimas para uma casa vazia. Seduzido por sua beleza, a vitima tem sua atenção desviada pelo som melódico de um Biwa (instrumento musical de cordas japonês), envolvido pela beleza de Jorogumo a tocar a bela canção, ele não percebe, mas seu corpo está sendo envolto de fios de teia, e quando finalmente perceber, será tarde demais.

Jorogumo também é tida como protetora dos afogados, sendo adorada como uma deusa que protege a todos deste tipo de infortúnio.


Jorogumo é literalmente "Mulher Aranha", também conhecida pelos nomes de Rakushinpu (Luo xiin Fu) e Madara-gumo, é um youkai do folclore japonês. Das muitas criaturas que podem assombrar um lugar ou uma pessoa, a Jorogumo é um animal real, reconhecido pela zoologia moderna. O termo Jorogumo é usado para identificar a aranha Nephila clavata, que no passado era considerada a mesma que a espécie Kogane-gumo. Ambas as espécies são grandes aranhas de tecelagem e com marcas atraentes. Embora hoje em dia esse tipo de aranha seja conhecida por não ser venenosa, em tempos passados ela foi considerada um bicho perigoso, devido às suas habilidades sobrenaturais.

A enciclopédia do período Edo, Wakan Sansai Zue diz o seguinte sobre a Jorogumo:


"O Rakushinpu leva o nome de Jorogumo nos vales, e as suas marcas amarelas, pretas, verdes e vermelhas são atraentes, mas ao mesmo tempo são perigosas. Seu veneno é extremamente terrível. Quanto a sua forma, em comparação a uma aranha normal, tem o comprimento alongado, e a extremidade traseira aguçada com longas pernas negras. Ela faz suas teias nos galhos das árvores e nos cantos das casas. Se uma pessoa atacá-la  ela sangrará até morrer. Outras aranhas não possuem sangue (seus fluidos corporais não são vermelhos). Sua traseira é nítida, oscilando e brilhando, porém não é tão viva quanto a luz de um vaga-lume. Às vezes é vista de forma inesperada em um dia de chuva ou noite escura." 


Durante a Dinastia Ming, no livro de medicina B?nc?o Gang Mu, também menciona a Luo xiin Fu. Nele é descrito um homem, mordido no topo da cabeça pela aranha, e que teve a mesma imensamente inchada. O homem foi curado com um suco, uma mistura de vários ingredientes, entre eles um exemplar de aranha macho.

O mestre das Cascatas Joren (Joren'notaki), na cidade de Amagiyugashima, prefeitura de Shizuoka, península de Izu, é considerado um poderoso Jorogumo. A lenda local diz que essa aranha uma vez teceu um fio em torno do pé de um camponês, e depois, com um grande som de trovão, tentou arrastá-lo para as quedas, frustou-se, pois o homem transferiu de antemão a linha para um tronco de madeira.

O Izu Densetsu Shu (Coleção Lendário de Izu) inclui uma versão expandida da história, em que o Jorogumo aparece novamente muito mais tarde a um lenhador, que deixou cair sua machadinha na água. A aranha aparece na forma de uma mulher de entre as rochas e devolve a machadinha, e diz a ele que é o mestre Jorogumo das quedas, e que ele nunca deverá contar a ninguém sobre o encontro, caso contrario ele vai perder sua vida. Algum tempo depois o lenhador se embriaga em uma casa de chá. Quando algumas pessoas estão contando histórias de fantasmas sobre cachoeiras uma as outras, ele repete sua própria história. Posteriormente ele adormece e não acorda mais.

Na cidade de Hanawa, prefeitura de Fukushima, uma história semelhante é contada sobre um lugar chamado Cachoeira Maeda. Neste lugar o "tigre de água" (Suiko, um nome mais ou menos sinônimo de Kappa) usa uma "grande aranha" para anexar um fio no polegar de um homem, que acaba cortando o fio, e o prendendo em uma raiz de uma árvore soba.

A assombração Jor?gumo é um tema corriqueiro da literatura fantasmagórica durante o período Edo.
Em Tonoi-gusa, um jovem samurai abriga-se em um antigo santuário Xintoísta para passar a noite. No templo ele encontra uma mulher estranha e o seu filho, na qual ela insiste que seja filho do samurai. O homem passa os dedos na bainha da espada, pensando ser um truque de alguns bakemono, mas ele hesita até a mulher aproximar-se dele. Quando ele acerta a mulher estranha, ela foge para o teto de um das torres do santuário. Pela manhã, o homem inspeciona o teto e encontra o corpo de uma enorme aranha Jorogumo, ele percebe que a criança é uma pedra gorint? (memorial funerário budista) e se ele tivesse batido nela sua espada teria quebrado e ficaria inutilizada.


No Taihei Hyaku Monogatari, um rico proprietário rural, chamado Sonroku constrói uma segunda casa, para acalmar seus nervos e recitar poesias. Um dia, uma mulher velha se aproxima dele, dizendo que sua filha lhe escuta todos os dias e está apaixonada por ele. A velha leva-o para o pátio de uma casa estranha com muitas portas. A bela filha surge e pede para que ele seja seu marido, mas ele se recusa, pois ele está em posição social baixa, comparada aos atributos e anseios da jovem mulher, além de já ter uma esposa. Após insistirem ele foge, na altura em que a casa desaparece ele volta a sua varanda. Quando perguntado, um funcionário afirma que Sonroku estava dormindo o tempo todo. Algum tempo depois percebe-se uma Jorogumo no teto, Sonroku lembra-se de outros sonhos, um deles, a jovem mulher acusa de tentar matar sua mãe, quando na realidade ele tentava conduzir a aranha para fora da varanda. Percebendo que há muitas aranhas no teto e elas penetram em seus sonhos, ele reúne os servos que a descartam em um campo distante, antes que ele seja atormentado por eventos mais estranhos.

Fonte - medooriental.blogspot.com.br




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