Ptah
Mitologia

Ptah


۞ ADM Sleipnir



Ptah (Pteh, Peteh) é um deus egípcio primordial da criação, segundo a cosmogonia de Mênfis. Era o deus dos artesãos e arquitetos. A origem de seu nome não é clara, mas supõe-se que a tradução correta seja "abridor" (por causa de sua ligação com a Cerimônia de Abertura da Boca) ou "escultor" (por ele ser o deus dos artesãos). Ptah é associado somente a construção de materiais físicos e sem vida, e por isso era comparado com o deus grego Hefesto.

Características


Ptah é descrito como um homem mumificado, com as mãos segurando um cetro formado pelos símbolos ankh, was e djed (vida, força e estabilidade, respectivamente). Ele geralmente fica sobre um pedestal que também era um dos símbolos hieróglifos usados ​​para escrever o nome de Ma'at (que representava a justiça) e era a mesma forma que uma ferramenta usada por pedreiros e arquitetos para formar uma borda reta. Quando ele é retratado como Ptah-Sokar-Osíris, ele usa um disco solar com chifres de carneiro retorcidos e plumas longas ou a coroa atef. Estátuas dele nesta forma freqüentemente incluem uma cópia de magias do Livro dos Mortos. 



Atributos

Ptah é frequentemente descrito como uma divindade auto-criada, que concebeu o mundo em sua mente e o criou a partir de sua fala (identificando-o com Thoth). Ele era o patrono dos escultores, pintores, pedreiros e carpinteiros, dentre outros artesãos e acreditava-se que ele inventou a alvenaria. É provável que Ptah seja o modelo para a idéia de Deus como o grande arquiteto, tão popular na mitologia maçônica e alguns ramos da teologia cristã, ou como o Livro dos Mortos coloca, "um mestre arquiteto e criador de tudo no universo ". 

Ptah também era um deus do renascimento que, por vezes, foi creditado como o criador da Cerimônia de Abertura da Boca,  ritual religioso praticado no Antigo Egipto através do qual se acreditava poder devolver os sentidos a uma múmia ou fazer de uma estátua ou de um templo um objeto detentor de vida. Ele também foi o patrono do segundo mês do calendário egípcio, chamado Paopi pelos gregos. 



Ptah era um grande protetor do Egito. De acordo com um mito, ele salvou a cidade de Pelúsio dos invasores assírios. Ele ordenou que todos os vermes nos campos roessem as cordas dos arcos dos inimigos e também as alças de seus escudos, destruindo assim suas armas e fazendo os mesmos fugirem em pânico. Na Pedra de Shabaka (onde está gravada a teologia menfita, segundo a qual Ptah é o deus supremo, criador do mundo e dos demais deuses) está registrado que Ptah ajudou a resolver a briga entre Hórus e Seth, estabelecendo Seth como o senhor do Alto Egito, enquanto Geb fez de Hórus o senhor do Baixo Egito. Assim, ele foi fundamental na manutenção da dualidade do Alto e do Baixo Egito. 

Relações

Em Mênfis, ele era dito ser o consorte de Bastet ou Sekhmet. No entanto, ele também foi descrito como o marido de Uadjit e de inúmeras divindades locais menores. Ele era o pai de Nefertum Maahes (com Bastet ou Sekhmet). Era também o pai adotivo de Imhotep (o polímata deificado que arquitetou a Pirâmide de Saqqara/Djoser). Ele estava ligado a Ta-tenen (Colina Primordial), um deus da terra conectado com o monte primordial no qual a criação teve início. Nesta forma, ele foi por vezes associado a Néftis na representação do Baixo Egito. 


Pirâmide de Saqqara
Ptah se fundiu com Sokar (um deus da necrópole) como Ptah-Sokar, a personificação do sol durante a noite. Ptah-Sokar foi associado com Osíris, tornando-se Ptah-Sokar-Osíris. Ele também estava ligado a Min, o deus da fertilidade. 

O touro Ápis era considerado um "Ba" (uma das partes da alma) de Ptah. Em tempos posteriores, Ápis passou a ser associado com Ptah como sendo sua reencarnação enquanto vivo e associado à Osíris após sua morte.

Culto

Ptah era adorado por toda a Egito, mas seus centros de culto principais estavam em Mênfis e Heliópolis. Em Mênfis, ele fazia parte de uma tríade formada por Sekhmet (ou Bastet) e Nefertum
. Após Mênfis se tornar a capital do Egito, Ptah se tornou um deus criador de todas as coisas, inclusive os deuses membros da Ogdóade de Hermópolis e da Enéade de Heliópolis e a ele foi dado o epíteto de "Aquele que definiu todos os deuses em seus lugares e deu a todas as coisas o sopro da vida".

Ptah era uma divindade tão popular no Egito, que diz-se que o nome de "Egito" em si deriva de uma ortografia grega do nome de um templo em Mênfis, Hwt-ka-PTH, que significa "o templo da alma de Ptah". 






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