Shiva
Mitologia

Shiva


۞ ADM Sleipnir



Shiva (Xiva, Siva), o "destruidor", é um dos três deuses supremos na mitologia hindu. Juntamente com Brahma, o "criador", e Vishnu, o "preservador", forma a trindade suprema (trimurti) do hinduísmoUm personagem complexo, Shiva representa a bondade, benevolência e age como protetor, mas ele também tem um lado mais sombrio como o líder dos maus espíritos, fantasmas e vampiros e como o mestre de ladrões, bandidos e mendigos. Ele também está associado com o tempo e, particularmente, com a destruição de todas as coisas. No entanto, Shiva também está associado com a criação. No hinduísmo, acredita-se que o universo se regenera em ciclos (a cada 2.160.000.000 anos). Shiva destrói o universo no final de cada ciclo, o que permite, em seguida, a criação de um novo. Shiva é também o grande asceta, abstendo-se de todas as formas de indulgência e prazer, concentrando-se em meditação como um meio de encontrar a felicidade perfeita. Ele é o deus hindu mais importante para a seita Shaivismo, o patrono dos iogues e Brâmanes, e também o protetor dos Vedas, os textos sagrados do hinduísmo.

Representações

Na arte, Shiva é muitas vezes retratado de diferentes maneiras, dependendo da cultura em particular. Ele é mais comumente representado com múltiplos braços e três olhos. Um olhar do terceiro olho no centro de sua testa tem o poder de destruir qualquer coisa na criação, incluindo os seres humanos e os deuses. Ele usa um cocar com uma lua crescente e uma caveira (representando a quinta cabeça de Brahma, que ele decapitou como punição por ele ter cobiçado sua própria filha Sandhya), um colar e pulseiras feitas de cobras. 



Neste aspecto, ele geralmente representa Nataraja e dança a Tandava (dança primordial da criação, preservação e destruição) dentro de um círculo de fogo que representa o ciclo interminável do tempo. Ele detém o fogo divino (Agni), que destrói o universo e o tambor (Damaru), que reproduz os primeiros sons da criação. Uma mão faz o gesto abhayamudra e a outra aponta para o seu pé esquerdo, simbolizando a salvação. Ele também pisa com um pé o anão Apasmara Purusha, que representa a ilusão e leva os homens para longe da verdade. O tridente que aparece nas ilustrações de Shiva é o trishula. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades dos fenômenos: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio).


Shiva também pode ser representado em pé sobre uma perna, com a perna direita dobrada na frente do joelho esquerdo e segurando um rosário na mão direita, a postura típica da meditação ascética. Às vezes, ele também aparece montado em um touro branco (Nandi), carrega um arco de prata (Pinaka), ao lado de um antílope, e usa uma pele de tigre ou elefante, todos símbolos de suas proezas como um caçador.

Lingam



Lingam ("emblema", "distintivo", "signo"), também chamado de linga, é o símbolo fálico de Shiva. Ele representa o pênis, instrumento da criação e da força vital, a energia masculina que está presente na origem do universo. Está associado ao poder criador de Shiva. O lingam é o emblema de Shiva. Na Índia, reverenciar o lingam é o mesmo que reverenciar a Shiva. Ele pode ser feito em qualquer material, embora o preferido seja o de pedra negra. Na falta de uma escultura, se constrói um lingam com a areia da praia ou do leito do rio; ou simplesmente se coloca em pé uma pedra ovalada. É comum, nos templos, se pendurar sobre o lingam uma vasilha com um pequeno orifício no fundo. A água é derramada constantemente sobre ele numa forma de reverência. A base do lingam representa yoni, a vagina, mostrando que a criação se dá com a união do masculino e feminino.


Relações familiares


A esposa de Shiva é Parvati, muitas vezes encarnada como Kali e Durga. Ela era, de fato, uma reencarnação de Sati (ou Dakshayani), a filha do deus Daksha. Daksha não aprovava o casamento de Sati com Shiva e certa vez realizou uma cerimônia de sacrifício especial para todos os deuses, exceto Shiva. Indignada com este desrespeito, Sati se jogou no fogo sacrificial. Shiva reagiu a esta tragédia, criando dois demônios (Virabhadra e Rudrakali) a partir de seu cabelo, e eles destruíram a cerimônia, decapitando Daksha no final. Os outros deuses apelaram para Shiva acabar com a violência e, Shiva acata o pedido, trazendo de volta à vida Daksha, mas com uma cabeça de um carneiro (ou cabra). Sati acabou reencarnando como Parvati e casando com Shiva.



Com Parvati, Shiva teve um filho, o deus Ganesha. O menino foi criado a partir da terra e do barro para lhe fazer companhia e protegê-la enquanto Shiva praticava suas jornadas de meditação. Um dia, no entanto, Shiva retornou e encontrou Ganesha guardando a sala onde Parvati tomava banho. Shiva lhe perguntou quem era e não acredita quando o menino conta que é seu filho. Pensando que Ganesha fosse somente um mendigo insolente, Shiva convocou sua guarda pessoal, os bhutaganas, para lutarem contra o menino. Não só Ganesha se opôs com sucesso aos buthaganas, como ele também derrotou todos os deuses que vieram em auxílio de Shiva. Com a ajuda do poder de Vishnu para criar uma ilusão deslumbrante, os deuses conseguiram tomar de surpresa Ganesha, e assim Shiva cortou-lhe a cabeça. Parvati, furiosa com isso, enfrentou Shiva. Eventualmente, Paravti concordou em fazer a paz, sob a condição de que seu filho fosse restaurado à vida. Shiva concordou e ordenou que os devatas viajassem até o norte e trouxessem de volta a cabeça do primeiro animal que encontrassem, o qual acabou sendo um elefante. Assim, Ganesha foi restaurado à vida e Shiva, impressionado com seu talento de combate, fez dele chefe dos buthaganas.

Outros filhos de Shiva são Skanda ou Karttikeya, o deus da guerra e Kuvera, o deus dos tesouros.

Mitos

Shiva surgiu pela primeira vez quando Brahma e Vishnu discutiam sobre qual deles era o mais poderoso. Seus argumentos foram interrompidos pelo súbito aparecimento de um grande pilar em chamas, cujas raízes e ramos se estendiam além da vista da terra e do céu. Brahma tornou-se um ganso e voou tentando encontrar o topo do pilar, enquanto Vishnu se transformou em um javali e cavou a terra para procurar suas raízes. Sem sucesso em suas buscas, os dois deuses retornaram e viram Shiva surgir a partir de uma abertura no pilar. Reconhecendo o grande poder de Shiva, eles o aceitaram como o terceiro governante do universo.



Certa vez, Shiva salvou os deuses e o mundo da destruição ao engolir o veneno de Vasuki, o rei das serpentes, que ameaçou vomitar seu veneno nos mares.  Shiva, assumindo a forma de uma tartaruga gigante, recolheu o veneno na palma da mão e bebeu. Beber o veneno fez a pele de Shiva ficar azul, e ele é frequentemente mostrado dessa forma nas artes. 

Um dos maiores serviços de Shiva para o mundo foi domar o sagrado rio Ganges, que corre a partir do Himalaia. Nos primórdios do mundo, o Ganges corria somente através dos céus, deixando a terra seca. Depois que um homem sábio mudou o curso do rio, O Ganges tornou-se uma torrente em fúria e ameaçou inundar a Terra. Para evitar que isso acontecesse, Shiva se posicionou debaixo do rio e deixou que suas águas corressem através de seu cabelo, acalmando assim o seu fluxo.


Existe ainda uma história onde os deuses batalhavam contra uma horda de demônios, e não estavam conseguindo derrotá-los. Os deuses pediram a ajuda de Shiva, que concordou em ajudar com a condição de que os deuses lhe emprestassem um pouco de sua própria força. Os deuses, sem nenhuma alternativa, concordaram e transferiram para Shiva parte de seus poderes. No entanto, depois de derrotar os demônios, Shiva se recusou a devolver a força emprestada, e como resultado, tornou-se o ser mais poderoso do universo. 








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