Xibalbá
Mitologia

Xibalbá


۞ ADM Dama Gótica

Na mitologia maia,  Xibalbá  é o mundo subterrâneo governado pelos deuses da doença e da morte: Hun-Came e Vucub-Came. 

                    
Hum came
Vucub Came

Xibalbá é conhecido principalmente pela sua descrição no Popol Vuh (livro com várias lendas do povo quiché, pertencente à cultura maia), cuja tradução seria "Livro Conselho" ou "O Livro da Comunidade", descoberto após a conquista espanhola no século XVIII, e traduzido para o latim por Fray Francisco Ximénez, sob uma perspectiva católica e tornando   Xibalbá, um mundo governado pelos "senhores do submundo", uma referencia para o inferno cristão.

Uma das partes do Popol Vuh fala sobre o confronto entre os senhores de Xibalbá e dois pares de irmãos gêmeos: primeiro par foi Hun-Hunahpú e Vucub-Hunahpú. Os gêmeos adoravam jogar pokatok, um jogo de bola muito popular que era muito rápido e frequentemente violento. O objetivo do jogo consistia em meter uma bola de borracha em um anel de pedra que se encontrava em uma extremidade de um campo de pedra, usando apenas os joelhos, cotovelos ou cintura. Porem o campo de pedra onde os gêmeos estavam jogando estava por cima da entrada do Xilbalbá, cujos senhores estavam aborrecidos com o barulho que acompanhava os jogos de bola e com inveja da habilidade dos gêmeos. 

Dois dos senhores, Hun Came (morte um) e Vucub Came (morte sete) chamaram-nos para irem jogar à bola no Submundo, com a ideia de matar e roubar-lhes o campo de jogos. A mãe dos gêmeos, Xmucane, suspeitou da proposta e tentou convencê-los a não irem, mas ela foi ignorada. 

A derrota de Hun-Hunahpu e Vucub-Hunahpu resultou na morte e posteriormente desmembramento dos dois. Seus corpos foram sepultados embaixo do campo e a cabeça de Hun-Hunahpú colocada como troféu nos galhos de uma árvore no mundo inferior após ela ter florescido e dado frutos. 

Um dia, Xquic uma filha de um dos senhores de Xibalbá parou para olhar para a árvore. Sua seiva (ou seja, o suco da cabaça que estava na arvore) ao encostar em Xquic, a engravidou. 



Expulsa pelo pai, retirou-se para o Mundo Superior e foi para a casa de Xmucane para dar à luz a segunda geração de Gêmeos Hunahpu e Ixbalanqué. 

Quando os gêmeos Hunahpu e Xbalanque nasceram, Xmucane aceitou-os como família, na qual já se incluíam os primeiros filhos de Hun-Hunahpú. 

Hunahpu e Xbalanque eram brilhantes e aventureiros. Também eram caçadores exímios e tinham poderes mágicos. 

Um dia, os Gêmeos caçando, apanharam uma ratazana e preparavam-se para atirar-lhe ao fogo quando ela lhes disse o que tinha acontecido ao seu pai e tio. 

Tal como o pai e o tio antes deles, os irmãos caminharam ate o submundo e venceram todos os desafios ate finalmente se encontrar com os senhores Xibalbas. 

O último e mais duro desafio foi na Casa dos Morcegos. O mais perverso dos morcegos, o deus vampiro Camazotz ,cortou a cabeça de Hunahpu e, os senhores forçaram Xbalanque a disputar um jogo de pokatok usando a cabeça do irmão como bola. Xbalanque, porém, tinha uma inteligência rápida; e encontrou um coelho para fazer o papel de bola e, com toda a rapidez, apanhou a cabeça do irmão e junto-a novamente ao corpo. 

Após tudo isto, os Heróis Gêmeos foram sacrificados pelo fogo, mas passados alguns dias emergiram de um rio como seres semelhantes a peixes. Por fim, os gêmeos foram convocados para uma apresentação de comando realizada aos dois senhores Xibalbas e foi-lhes dada ordem para que voltassem a sacrificar-se. Eles obedeceram e regressaram instantaneamente à vida. 

Os senhores quiseram que os gêmeos fizessem a mesma magia com eles. Eles o fizeram porem, não inverteram o feitiço para trazer os senhores de volta à vida. Xibalbá tornou-se apenas uma sombra do que era e os vitoriosos Heróis Gêmeos subiram aos céus, onde finalmente passaram a ser o Sol e a Lua. 

Depois de derrotar os senhores do submundo, desafiando-os novamente para o jogo de bola, os gêmeos recuperaram os restos mortais de Hun-Hunahpú e Vucub-Hunahpúseu, mas não conseguiram ressuscitá-los. 

Ele saíram vitoriosos graças à sua sagacidade e conhecimento de magia. 

Hunahpu e Ixbalanqué.
É por conta das aventuras dos gêmeos heróis do Popol Vuh, que se pode ter uma descrição de Xibalbá e do caminho a percorrer ate chegar lá. 

Eles contam que estrada para Xibalbá é uma descida de escadas muito íngremes que levam à margem de um rio, que corre ravinas espinhosas e cabaças. Continuando existem outros rios inclusive um de sangue, e em seguida, abre-se um cruzamento de quatro vias: um vermelho, um branco, um amarelo e um preto. Este último é o único que vai para Xibalba, exatamente a câmara do conselho dos Senhores de Xibalbá. 

Quanto as provas que os senhores de Xibalbá os faziam passar, o Popol Vuh, conta que havia muitos lugares de tormento e punição de Xibalbá: 

  • O primeiro era a casa escura, dentro da qual havia apenas escuridão; 
  • O segundo era a casa fria, onde dentro soprava um vento frio e insuportável; 
  • O terceiro era a Casa dos Jaguares, onde os jaguares lutavam, empilhados, grunhindo e insultado; 
  • O quarto era a Casa dos Morcegos, onde não havia nada além de morcegos gritando, gritando e fazendo a casa tremer; 
  • O quinto chamava-se casa das facas, no qual só tinha facas cortantes e afiadas 
  • Em outras partes do Popol Vuh fala-se de uma sexta casa, chamada Casa do calor, onde havia apenas brasas e chamas.





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